Efeito larvicida e repelente do extrato aquoso de Uncaria tomentosa frente ao Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae)

Autores

  • Juliana Cristina Maccagnan
  • Marcelo Monteiro
  • Viviane Lazari Simomura
  • Maike Buzatto
  • Max Vidal Gutiérrez
  • Maria Assunta Busato
  • Walter Antônio Roman Junior Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó

DOI:

https://doi.org/10.53660/753.prw1903

Palavras-chave:

Plantas medicinais, Bioinseticida, Repelente

Resumo

O Aedes aegypti é o principal transmissor da febre amarela, dengue, Chikungunya e Zika. Dentre as estratégias de enfrentamento ao mosquito está o uso de inseticidas químicos. Contudo, há evidências de insetos resistentes, além do potencial de toxicidade ambiental e humano. Nesse contexto, este estudo objetivou realizar estudo químico e avaliar as atividades larvicida e repelente do extrato aquoso das cascas de Uncaria tomentosa (EAUt). No bioensaio larvicida o EAUt (10, 50, 100, 250 e 500 μg/mL) (n =5), foi avaliado por 72 h. Para avaliação repelente, uma solução hidroalcóolica de EAUt (10% v/v) foi utilizada frente a fêmeas adultas de A. aegypti com avaliação de repelência a cada 30 min totalizando 4 h de exposição (n =3). As análises fitoquímicas (ESI-MS) apontaram a presença de 12 compostos. O EAUt revelou atividade larvicida (250 e 500 µg/mL) a partir de 48 h, com CL50 de 157,20 e CL90 de 164,70 µg/mL. Além disso, EAUt apresentou forte efeito repelente desde o tempo zero, até o final do experimento (240 min), reduzindo em 87,69% as tentativas de picada. Este trabalho, contribui para o estudo químico de produtos naturais e para a prospecção de novos agentes larvicidas e repelente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALBUQUERQUE, U. P.; HANAZAKI, N. As pesquisas etnodirigidas na descoberta de novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e perspectivas. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.16, p.678-689, 2006.

ALIEVI, K. et al. Ateleia glazioveana and Ocimum basilicum: plants with potential larvicidal and repellent against Aedes aegypti (Diptera, Culicidae). Research, Society and Development, v. 10, n. 17, p. e228101724733, 2021.

BENELLI, G.; JEFFRIES, C. L.; WALKER, T. Biological Control of Mosquito Vectors: Past, Present, and Future. Insects, v. 7, n. 4, p. 52, 2016.

BIONDI, A. V. et al. The non-target impact of spinosyns on beneficial arthropods. Pest Manag. Sci. v. 68, p. 1523–36, 2012.

BRASIL. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília, Ed. 2, p. 223, 2021.

BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, 2009.

BRIASSOULIS, G.; NARLIOGLOU, M.; HATZIS, T. Toxic encephalopathy associated with use of DEET insect repellents: a case analysis of its toxicity in children. Hum Exp Toxicol., v. 20, n. 1, p. 8-14, 2021.

BROUSSALIS, A. M. et al. Argentine plants as potential source of insecticidal compounds. Journal of Ethnopharmacology, v. 67, n. 2, p. 219-223, 1999.

CHAITONG, U. et al. Larvicidal effect of pepper plants on Aedes aegypti (L.) (Diptera: Culicidae) J. Vector Ecol., v. 31, p. 138–144, 2006.

CHAVASSE, D. C.; YAP, H. H. Chemical methods for the control of vectors and pests of public health importance. Geneve: WHO; 1997.

CHOWAŃSKI, S. et al. A Review of Bioinsecticidal Activity of Solanaceae Alkaloids. Toxins (Basel), v. 8, n. 3, p. 60, 2016.

DONALISIO, M. R.; FREITAS, A. R. R.; ZUBEN, A. P. B. V. Arboviroses emergentes no Brasil: desafios para a clínica e implicações para a saúde pública. Revista de Saúde Pública, v. 51, n. 30, p. 5-10, 2017.

DUTRA, R. C.; CAMPOS, M. M.; SANTOS, A. R.; CALIXTO, J. B. Medicinal plants in Brazil: Pharmacological studies, drug discovery, challenges and perspectives. Pharmacol Res., v. 29, n. 4, p. 112, 2016.

GARCIA-LUNA, S. M. et al. Variation in competence for ZIKV transmission by Aedes aegypti and Aedes albopictus in Mexico. PLOS Neglected Tropical Diseases, v.12, n. 7, 2018.

GILL, S. S.; COWLES, E. A.; PIETRANTONIO, P. V. The mode of action of Bacillus thuringiensis endotoxins. Annual Review of Entomology, v. 37, p. 615-636, 1992.

GOUFO, P.; SINGH, RK; CORTEZ, I. Uma lista de referência de compostos fenólicos (incluindo estilbenos) em raízes, madeiras, canas, caules e folhas da videira (Vitis vinifera L.). Antioxidantes Basel, v. 9, n. 398, pág. 1-37, 2020.

GUOJUN, Y. et al. A new medium for improving spinosad production by Saccharopolyspora spinosa. Jundishapur J. Microbiol., v. 9, p. 16765–e, 2016.

HASSANEAN, H.; DESOKY, E.; EL-HAMOULY, M. Quinovic acid glycosides from Zygophyllum album. Phytochemistry, v. 33, n. 3, p. 663–666, 1993.

HEITZMAN, M. E. et al. Hammond, GB Etnobotânica, fitoquímica e farmacologia de Uncaria (Rubiaceae). Fitoquímica, v. 66, p. 5-29, 2005.

ISLAM, J. K. et al. Chattopadhyay, Repelentes de mosquitos: Uma visão sobre as perspectivas cronológicas e novasdescobertas. Acta Trop., v. 167, p. 216-230, 2017.

JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Flora do Brasil 2020 em construção. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br. Acesso em: 25 maio 2023.

KOREN, G.; MATSUI, D.; BAILEY, B. DEET-based insect repellents: safety implications for children and pregnant and lactating women. CMAJ, v. 169, n. 3, p. 209-12, 2003.

LEE, C. C.; HOUGHTON, P. Cytotoxicity of plants from Malaysia and Thailand used aditionally to treat cancer. J. Ethnopharmacol, v. 100, p. 237–243, 2005.

LESIAK, A. D. et al. Rapid detection by direct analysis in real time-mass spectrometry (DART-MS) of psychoactive plant drugs of abuse: The case of Mitragyna speciosa aka ‘‘Kratom’’. Forensic Science International, v. 242, p. 210–218, 2014.

LIU, N. Insecticide resistance in mosquitoes: Impact, mechanisms and research directions. Annu. Rev. Entomol., v. 60, p. 537–559, 2015.

Organização Mundial da Saúde-OMS. Monografias da OMS sobre Plantas Medicinais Selecionadas; Organização Mundial da Saúde: Genebra, Suíça, 1999, Volume 2.

PAVEI, C. et al. Validation of a LC method for polyphenols assay in cat’s claw (Uncaria tomentosa). Journal of Liquid Chromatography and Related Technologies, v. 33, n. 17, p. 1551–1561, 2010.

PEÑALOZA, E. M. C. et al. Variabilidade da composição química na população selvagem de Uncaria tomentosa (unha-de-gato). Química Nova, v. 38, p. 378-386, 2015.

POWELL, J. R. Mosquito-Borne Human Viral Diseases: Why Aedes aegypti? The American journal of tropical medicine and hygiene, v. 98, n. 6, p. 1563-1565, 2018.

ROSA, J. P. P. Resistência de Aedes aegypti ao inseticida Temefós. Revista da Universidade do Vale do Rio Verde, v. 14, n. 1, p. 607-610, 2016.

RÜCKERT. C.; EBEL, G. D. How do virus-mosquito interactions lead to viral emergence. Trends Parasitol, v. 34, n. 4, p. 310–321, 2018.

SALVI, F. I. et al. Fatores ambientais e climáticos associados à ocorrência de Aedes aegypti. Research, Society and Development, v. 10, n. 9, p. 11, 2021.

SANTOS, K. F. et al. O extrato de Uncaria tomentosa altera o catabolismo de nucleotídeos de adenina e a expressão de receptores ecto 50 -nucleotidase/CD73 e P2X7 e A1 na linhagem celular MDA-MB-231. J. Etnofarmacol, v. 194, p. 108-116, 2016.

SEO, S. M.; PARK, H. M.; PARK, I. K. Larvicidal activity of ajowan (Trachyspermum ammi) and Peru balsam (Myroxylon pereira) oils and blends of their constituents against mosquito, Aedes aegypti, acute toxicity on water flea, Daphnia magna, and aqueous residue. J. Agric. Food Chem., v.60, p. 5909–5914, 2012.

SILVA, H. H. G.; SILVA, L. H.; LIRA, K. S. Metodologia de criação, manutenção de adultos e estocagem de ovos de Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) em laboratório. Revista de Patologia Tropical, v. 27, 1998.

SGANZERLA, C. M. et al. Revisão integrativa aplicada a levantamentos etnobotânicos de plantas medicinais no Brasil. Acta ambiental catarinense, v. 19, n. 1, 2022.

SPLETOZER, A. G. et al. Plantas com potencial inseticida: enfoque em espécies amazônicas. Ciência Florestal, v. 31, n. 2, p. 974–997, 2021.

STANCZYK, N. M. et al. Aedes aegypti mosquitoes exhibit decreased repellency by DEET following previous exposure. PLoS One, v. 8, n. 2, p. e54438, 2013.

TÉLLEZ, A. V. C. et al. Annona muricata, a comprehensive review on its traditional medicinal uses, phytochemicals, pharmacological activities, mechanisms of action and toxicity. Arabian Journal os Chemistry, v. 11, n. 5, 2016.

VIDAL-GUTIÉRREZ, M., et al. Composição fenólica e atividade antioxidante de Bursera microphylla A. Gray. Culturas e Produtos Industriais, v. 152, n. 112412, pág. 1-7, 2020.

World Health Organization – WHO. Guidelines for laboratory and field testing of mosquito larvicides. World Health Organization, 2005.

World Health Organization – WHO. Dengue guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control, New edition. A joint publication of the World Health Organization (WHO) and the Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases (TDR), 2009.

ZARA, A. L. S. A. et al. Estratégias de controle do Aedes aegypti: uma revisão. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 25, n. 2, p. 391-404, 2016.

Downloads

Publicado

2023-07-07

Como Citar

Maccagnan, J. C., Monteiro, M., Simomura, V. L., Buzatto, M., Gutiérrez, M. V., Busato, M. A., & Roman Junior, W. A. (2023). Efeito larvicida e repelente do extrato aquoso de Uncaria tomentosa frente ao Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae). Peer Review, 5(14), 209–224. https://doi.org/10.53660/753.prw1903

Edição

Seção

Artigos